O QUE DIFERENCIA A FLOR DA ORQUÍDEA DAS DEMAIS FLORES

EPIDENDRUM
     
     Algumas pessoas, quando estão começando a mexer com jardinagem, às vezes questionam: as flores são tão parecidas... A amarilis e o lírio, por exemplo, não são espécies de orquídeas? A resposta é não. O detalhe que mais caracteriza a flor da orquídea talvez seja a sua coluna, o conjunto formado pelos órgãos sexuais masculino e feminino. Enquanto nas outras plantas estes órgãos são completamente separados, nas orquídeas formam um conjunto único que recebe até um nome diferente: GINOSTÊMIO.
     Além disso, a flor da orquídea tem três sépalas (as peças do cálice) bastante desenvolvidas, que se alternam com igual número de pétalas. São as sépalas que envolvem e protegem a flor em botão, mas, enquanto na maior parte das flores são de cor verde, nas orquídeas tornam-se tão coloridas quanto as pétalas. Uma das pétalas, aliás, é sempre muito diferente das outras duas e recebe o nome de labelo. É desse labelo, sempre mais forte e mais colorido, que exala o perfume destinado a atrair os insetos polinizadores.
     Outra curiosidade. Na maioria das orquídeas, o botão floral cresce em posição vertical. Mais tarde, no entanto, ele se deita e faz a chamada ressupinação, um movimento de 180 graus, destinado a colocar o labelo na posição horizontal – como se fosse uma plataforma ou uma pista de aterrisagem – com vistas a facilitar ao máximo o trabalho dos agentes polinizadores. Existem alguns gêneros de orquídeas, é verdade, como o EPIDENDRUM e o HORMIDIUM, cujas flores não fazem esse movimento. Por isso mesmo são de dispersão mais difícil, na medida em que seus polinizadores precisam fazer verdadeiros malabarismos para visitá-las, descobrir a antera e levar o pólen das políneas para o estigma.
     Ocorrendo a polinização a flor se fecha. O ovário começa a se desenvolver e, muito lentamente, transforma-se num fruto do tipo cápsula, que conterá de trezentas a quinhentas mil sementes. Sementes diminutas, quase microscópicas, constituídas apenas do embrião, sem nenhuma substância nutritiva de reserva para vir a ser utilizada nas primeiras fases de um eventual desenvolvimento. Em todo caso, são sementes tão leves, que poderão facilmente ser carregadas a longas distâncias pelo vento.

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